Alunos da faculdade de medicina que ingressam escrevem seu próprio juramento
Primeiro não faça nenhum mal. E então: Ajuste-se aos tempos de mudança.
Além de recitar o juramento hipocrático tradicional durante a Cerimônia do Jaleco Branco em 16 de agosto, os membros da Classe de 2024 da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh começaram uma nova tradição escrevendo seu próprio juramento de classe para reconhecer suas responsabilidades em constante evolução como médicos .
Na sexta-feira antes da cerimônia, os alunos apresentaram oficialmente o novo juramento a Anantha Shekhar, vice-reitora sênior para ciências da saúde e a John e Gertrude Petersen Reitor da Escola de Medicina.
“Na Pitt, desafiamos nossos alunos a mudar o mundo – e o futuro da medicina – para melhor. Esta classe não esperou “, disse Shekhar. “Seu juramento de classe, o primeiro desse tipo na história do nosso programa, fala sobre o poder e a importância do atendimento clínico e da pesquisa na criação de uma sociedade mais inclusiva e justa, e estou animado para vê-los colocar essa promessa em prática.”
Trabalhando com conselheiros e liderança de assuntos estudantis, o comitê de redação do juramento dedicou 80 horas para redigir o Juramento de Profissionalismo durante a semana de orientação. O juramento – que destaca questões como COVID-19, disparidades de saúde e injustiça racial – não é apenas sobre eventos atuais, disse o estudante de medicina do primeiro ano Tito Onyekweli.
“Acreditamos que nosso juramento reconhece o contexto da história e da medicina dos EUA e o usa para explicar nosso estado atual”, disse Onyekweli. “Usamos o passado e o presente para esclarecer nossos objetivos futuros como médicos”.
Os alunos reconheceram que estão iniciando a carreira médica em um momento inesquecível. O juramento aborda a defesa da diversidade na medicina e na sociedade, sendo um aliado daqueles de baixo status socioeconômico e restaurando a confiança na comunidade de saúde.
“Começamos nossa jornada médica em meio à pandemia COVID-19 e um movimento nacional de direitos civis revigorado pelas mortes de Breonna Taylor, George Floyd e Ahmaud Arbery”, começa o juramento. “Honramos as mais de 700.000 vidas perdidas na COVID-19, apesar dos sacrifícios dos profissionais de saúde.”
Seguindo em frente, cada classe nova do Pitt Med será convidada a escrever seu próprio juramento exclusivo durante a semana de orientação em um esforço para ajudar a estabelecer suas identidades profissionais como médicos.
“Trabalhamos em colaboração, mas às vezes discordamos”, disse Onyekweli. “Levantamos tópicos que foram desencadeantes para alguns, mas não empurramos o status quo o suficiente para outros. Éramos diversos no sentido mais coletivo. Mais do que tudo, esse processo de redação do juramento era humano. ”
Juramento da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh de 2024
Como ingressantes na classe de 2020, começamos nossa jornada médica em meio à pandemia COVID-19 e um movimento nacional pelos direitos civis revigorado pelas mortes de Breonna Taylor, George Floyd e Ahmaud Arbery. Honramos as mais de 700.000 vidas perdidas na COVID-19, apesar dos sacrifícios dos profissionais de saúde.
Reconhecemos as falhas fundamentais de nossos sistemas de saúde e políticos no atendimento a comunidades vulneráveis. Este juramento é o primeiro passo em nosso compromisso duradouro para reparar as injustiças contra aqueles historicamente ignorados e abusados na medicina: pacientes negros, pacientes indígenas, pacientes de cor e todas as populações marginalizadas que receberam cuidados precários como resultado de sua identidade e recursos limitados .
Reconhecendo o privilégio e a responsabilidade de ser médico, faço este juramento como um apelo à ação para cumprir meu dever para com os pacientes, para com a profissão médica e para com a sociedade.
Desse modo, prometo como médico e estudante de medicina ao longo da vida:
Apoiarei e colaborarei com meus colegas em todas as disciplinas e profissões, respeitando o papel vital do paciente na equipe de saúde.
Vou honrar minha saúde física, mental e emocional para não prejudicar a qualidade do atendimento que presto.
Vou continuar o legado de meus antecessores, sendo mentor da próxima geração de diversos médicos.
Reconhecerei o papel fundamental da pesquisa ética no avanço da medicina e me comprometerei com a bolsa de estudos sem fim com o objetivo final de melhorar o atendimento ao paciente.
Cuidarei do bem-estar holístico de meus pacientes, não apenas de sua patologia. Com empatia, compaixão e humildade, priorizarei a compreensão da narrativa, histórico e experiências de cada paciente, protegendo a privacidade e a autonomia.
Defenderei a diversidade na medicina e na sociedade e promoverei um ambiente inclusivo, respeitando as perspectivas dos outros e buscando incansavelmente identificar e eliminar meus preconceitos pessoais.
Serei um aliado para aqueles de baixo status socioeconômico, a comunidade BIPOC, a comunidade LGBTQIA +, mulheres / mulheres, indivíduos portadores de deficiência e outros grupos carentes, a fim de desmantelar o racismo sistêmico e o preconceito que os profissionais médicos e a sociedade perpetuaram.
Vou me educar sobre os determinantes sociais da saúde, a fim de usar minha voz como médico para defender um sistema de saúde mais equitativo do nível local ao global.
Vou restaurar a confiança entre a comunidade de saúde e a população à qual atendo, responsabilizando-me e aos outros e combatendo a desinformação para melhorar a educação em saúde.
Ao fazer esse juramento, aceito as responsabilidades em constante mudança de ser um médico e me comprometo a defender a integridade da profissão na clínica e fora dela.
Um novo juramento de hipocrátes pede aos médicos que lutem contra a injustiça racial e a desinformação
O estudante de medicina do primeiro ano Sean Sweat “não quis se mexer” em questões raciais quando se sentou com 11 de seus colegas de classe para escrever uma nova versão do venerável juramento hipocrático da profissão médica.
“Começamos nossa jornada médica em meio à pandemia COVID-19 e um movimento nacional de direitos civis revigorado pelas mortes de Breonna Taylor, George Floyd e Ahmaud Arbery”, começa a versão alternativa do juramento, reescrito para a aula de 2024 no Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh.
Ele continua: “Honramos as mais de 700.000 vidas perdidas para o COVID-19, apesar dos sacrifícios dos profissionais de saúde.”
Sweat e os outros alunos do primeiro ano de medicina recitaram esta promessa recém-escrita , junto com uma versão tradicional do juramento de Hipócrates, como parte das atividades de orientação durante a primeira semana da faculdade de medicina neste outono.
A versão mais antiga conhecida do juramento de Hipócrates remonta ao século V aC Existem muitas iterações e, em muitas escolas de medicina dos Estados Unidos, tornou-se comum que os estudantes de medicina que chegam escrevam e até mesmo recitem suas próprias versões; muitas das variantes incluem linguagem que proíbe a discriminação ou preconceito na prática da medicina.
O que é distinto sobre a versão da Universidade de Pittsburgh é que ela nomeia especificamente pessoas que morreram recentemente nas mãos da polícia e, assim, aborda eventos que ainda estão ocorrendo.
“Nosso juramento pode ser oportuno e atemporal”, diz Sweat.
Cada vez mais, os profissionais médicos estão se unindo aos protestos por justiça racial e reconhecendo o impacto do racismo na saúde pública. Por exemplo, os negros residentes do condado de Allegheny, onde Pittsburgh é a sede do condado, foram desproporcionalmente atingidos pelo coronavírus, como os negros em outras partes dos Estados Unidos. Embora 13% do condado de Allegheny seja negro, os residentes negros constituem quase 19% dos casos e 30% das hospitalizações COVID-19.
“Esta pandemia causou estragos nas populações minoritárias”, diz Sweat. “Ele revelou as muitas lacunas no campo médico. … Muitas das lacunas que essa pandemia revelou, são coisas que precisamos buscar para consertar.”
A bioética Laura Guidry-Grimes concorda que este ano foi um “tempo de mudança de paradigma” que trouxe um “acerto de contas” para a medicina e, portanto, ela gosta que a versão do juramento hipocrático da Universidade de Pittsburgh discuta COVID-19.
“[Ele reconhece] que fomos desafiados e aprendemos da maneira mais difícil … que o que temos feito não é suficiente”, diz Guidry-Grimes , professor assistente do Departamento de Humanidades Médicas e Bioética da Universidade de Arkansas.
O novo juramento pede aos médicos que eliminem seus preconceitos pessoais, combatam a desinformação para melhorar a educação em saúde e sejam aliados das minorias e de outros grupos carentes da sociedade.
Também pede aos médicos que aprendam sobre os determinantes sociais da saúde “para usar minha voz como médica para defender um sistema de saúde mais igualitário do nível local ao global”.
Mas alguns temem que a proliferação de diferentes versões dos juramentos médicos possa enfraquecer o efeito pretendido sobre a profissão. Um artigo de 2004 na Academic Medicine sugeriu que a tendência pode até levar à “fragmentação e confusão sobre os valores éticos da profissão médica”.
Mas Guidry-Grimes diz que acha que essa preocupação está errada. No mínimo, ela se preocupa com o fato de os juramentos médicos terem perdido relevância: “Meu medo é que muitas vezes fazer juramento seja um ritual por causa do ritual”, diz ela. “Você tem palavras lavando tudo sem significado ou impacto.” Se for esse o caso, exercícios como reescrever os juramentos são úteis porque podem estimular os estudantes de medicina a considerar mais profundamente a ética profissional e seu senso de missão.
Para Sweat, o juramento que ela ajudou a escrever tem significado e continuará a guiá-la enquanto ela inicia sua carreira. “Os pacientes confiam em nós para cuidar de sua saúde”, diz ela. “Na minha opinião, somos mais do que apenas médicos. Somos líderes nesta sociedade. Com isso, vem a responsabilidade.”
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